segunda-feira, 23 de julho de 2012
História do Brasil Nação - Crise Colonial e Independência (1808-1830)
Sob a direção de Lilia Schwarcz, a coleção História do Brasil Nação (1808-2010), fruto da cooperação entre a Fundação Mapfre e a ed. Objetiva, com divulgação em toda a América Latina, lançou no ano passado seu primeiro volume, Crise Colonial e Independência (1808-1830), sob a coordenação de Alberto Costa e Silva. Em uma bela edição, a coletânea traz cinco artigos, do organizador do volume, que também escreve a introdução, e ainda de Lúcia Bastos Pereira das Neves, Rubens Ricupero, Jorge Caldeira e Lilia Schwarcz. Destaco aqui o excelente artigo de Lúcia Neves, sobre a vida política no início do século XIX que, retomando temas já apresentados em seu doutorado (Corcundas e Constitucionais) e em outros artigos, recupera a centralidade do grupo coimbrão, especialmente sob a liderança de D. Rodrigo de Souza Coutinho. Ganha também atenção a formação iluminista na origem da Academia de Ciências de Lisboa. Como o volume tem como marco temporal limite 1830, o artigo não trata particularmente da "segunda geração" de líderes políticos coimbrãos, a da Regência, de Bernardo Pereira, Uruguai, Paraná, Itaboraí, etc.Outro artigo que merece atenção especial é o de Jorge Caldeira, que destaca um aspecto pouco estudado quando se trata do período colonial, o mercado interno. O autor professa a tese de que a maior parte da riqueza produzida na colônia não foi exportada e a dinâmica econômica portuguesa era condicionada pela brasileira. Este ano foi publicado o segundo volume da série, sob a coordenação de José Murilo de Carvalho, vale a pena conferir.
domingo, 27 de maio de 2012
Perspectivas da cidadania no Brasil Império
O livro "Perspectivas da cidadania no Brasil Império", coordenado por José Murilo de Carvalho e Adriana Pereira Campos, lançado em 2011, é o terceiro volume de artigos dos pesquisadores envolvidos no programa de apoio a núcleos de excelência (PRONEX) do CNPQ e da FAPERJ, coordenado pelo Centro de Estudos do Oitocentos (CEO). O grupo, que reúne pesquisadores de nove universidades diferentes, vem trabalhando em conjunto desde 2003. A atual coletânea reuniu 19 artigos. O resultado é signo da excelência do grupo de pesquisadores que, em 2007, lançou o primeiro volume, intitulado "Nação e cidadania no Império: novos horizontes e, em 2009, o segundo, "Repensando o Brasil do Oitocentos: cidadania, política e liberdade". Do trabalho do mesmo grupo ainda foi publicado em 2010 a coletânea organizada por Gladys Sabrina Ribeiro, "Brasileiros e cidadãos: modernidade política (1822-1930)". As pesquisas desta ampla e variada equipe de cientistas sociais e historiadores vêm dando novas luzes aos estudos sobre o Império.
Desde os idos dos anos 1970, com a publicação do História Geral da Civilização Brasileira, organizado por Sérgio Buarque e Boris Fausto, os estudos históricos sobre o Império perderam destaque. A partir dos anos 1990, com a ampliação dos estudos sobre o pensamento político brasileiro, percebe-se uma revitalização dos estudos sobre o período. Especialmente a partir do final da década de 1990, jovens pesquisadores, como Gabriela Nunes Ferreira, Ivo Coser, Christian Lynch, Keila Grimberg e Ricardo Salles (estes dois últimos organizaram uma excelente coletânea em três volumes intitulada "O Brasil Imperial", publicada em 2009), por exemplo, vêm se destacando nos estudos sobre o pensamento político no Império.
Esta terceira coletânea lançada pelo CEO pode-se destacar especialmente o artigo de José Murilo de Carvalho sobre a involução da participação eleitoral de 1821 a 1930, o de Leslie Bethel, de Oxford, sobre o "império informal britânico" e ainda o de Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves sobre as ideias liberais e as práticas absolutistas no governo de D. João. Lúcia Neves finalmente publicou em 2003 sua tese de doutorado sobre a imprensa e o pensamento político no período da Independência ("Corcundas e constitucionais: a cultura política da independência - 1820-1822). Vale a pena conferir.
Desde os idos dos anos 1970, com a publicação do História Geral da Civilização Brasileira, organizado por Sérgio Buarque e Boris Fausto, os estudos históricos sobre o Império perderam destaque. A partir dos anos 1990, com a ampliação dos estudos sobre o pensamento político brasileiro, percebe-se uma revitalização dos estudos sobre o período. Especialmente a partir do final da década de 1990, jovens pesquisadores, como Gabriela Nunes Ferreira, Ivo Coser, Christian Lynch, Keila Grimberg e Ricardo Salles (estes dois últimos organizaram uma excelente coletânea em três volumes intitulada "O Brasil Imperial", publicada em 2009), por exemplo, vêm se destacando nos estudos sobre o pensamento político no Império.
Esta terceira coletânea lançada pelo CEO pode-se destacar especialmente o artigo de José Murilo de Carvalho sobre a involução da participação eleitoral de 1821 a 1930, o de Leslie Bethel, de Oxford, sobre o "império informal britânico" e ainda o de Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves sobre as ideias liberais e as práticas absolutistas no governo de D. João. Lúcia Neves finalmente publicou em 2003 sua tese de doutorado sobre a imprensa e o pensamento político no período da Independência ("Corcundas e constitucionais: a cultura política da independência - 1820-1822). Vale a pena conferir.
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